2009/07/11

"Razão" profunda

O amor é melhor motor que o hábito.
O amor é consciente, mesmo que não seja pleno.
Amar é imbuir a ação de consciência.
O hábito é a inconscientização das ações, e quando pleno implica pura inércia, sem presença necessária da consciência. Habituar é adormecer, é entregar as funções às dimensões automáticas do ser / sistema. Tomar consciência das coisas é conseqüência ou causa do amor. O amor quando habita é tudo de bom, mas se habituar perde-se o motivo radical - estar por hábito não é como estar acordado.
Espiritualidade é constante revisão das tendências: o objetivo da busca é encontrar inércias e delas tomar consciência. Quando a consciência imbui as ações paulatinamente o hábito dá lugar ao amor. As inércias que não são mais interessantes ao ser sob esse novo ponto de vista são então enfraquecidas e podem até chegar a desaparecer, mas as que forem úteis se transformam em acervo - são feitas com a participação da consciência, que lhe indica o sentido, a direção, a forma. Sendo o amor o conteúdo da ação então sentido, direção e forma serão bons.
O amor é uma inteligência emergente que flui desde as profundezas abissais do cosmo dentro de mim, pelas tênues margens que me definem como indivíduo, transbordando pelo tecido social do qual pertenço, avançando por novas praias, até todo o cosmo para fora de mim.

Um comentário:

Unknown disse...

O que é o amor? Do qual as pessoas tanto falam mas não sabem sequer a definição, Marcelo?

Fico pensando, você fala, muito bem por sinal, que tudo que se torna um hábito carece de cosnciência. Hoje em dia falar eu te amo se tornou um hábito. As pessoas não sabem o que é o amor. Eu mesmo não quero saber dele, nem mesmo quero ser feliz. Os sentimentos são como labirintos para as pessoas se perderem. Refletindo muito, mas tendo muito para refletri ainda, chego a uma conslusão que a dignidade, o sentimento dela, é o mais nobre dos sentimentos, aquele que não nos falseia, aquele que sabemos que temos quando a temos.