2009/07/11

"Razão" profunda

O amor é melhor motor que o hábito.
O amor é consciente, mesmo que não seja pleno.
Amar é imbuir a ação de consciência.
O hábito é a inconscientização das ações, e quando pleno implica pura inércia, sem presença necessária da consciência. Habituar é adormecer, é entregar as funções às dimensões automáticas do ser / sistema. Tomar consciência das coisas é conseqüência ou causa do amor. O amor quando habita é tudo de bom, mas se habituar perde-se o motivo radical - estar por hábito não é como estar acordado.
Espiritualidade é constante revisão das tendências: o objetivo da busca é encontrar inércias e delas tomar consciência. Quando a consciência imbui as ações paulatinamente o hábito dá lugar ao amor. As inércias que não são mais interessantes ao ser sob esse novo ponto de vista são então enfraquecidas e podem até chegar a desaparecer, mas as que forem úteis se transformam em acervo - são feitas com a participação da consciência, que lhe indica o sentido, a direção, a forma. Sendo o amor o conteúdo da ação então sentido, direção e forma serão bons.
O amor é uma inteligência emergente que flui desde as profundezas abissais do cosmo dentro de mim, pelas tênues margens que me definem como indivíduo, transbordando pelo tecido social do qual pertenço, avançando por novas praias, até todo o cosmo para fora de mim.

2009/04/16

A história ambiental do dinheiro - primeiras reflexões

Penso que a educação ambiental jamais prescindirá da história ambiental - como as sociedades relacionavam-se com o ambiente e as pessoas entre si. E, para sermos realmente honestos e sinceros com as novas gerações de educandos, não poderemos mais lhes contar histórias da carochinha. Teremos de admitir todas as tantas e tamanhas degradações morais, crueldades e corrupções absurdas que marcaram o curso das civilizações.

Acima de tudo, a história ambiental jamais deve prescindir da história do dinheiro, de sua função em nossa vida miserável - espoliar outrem. Enquanto houver dinheiro, enquanto isso for a cola e o motivo da nossa vida social, estaremos roubando um dos outros, tudo quanto poderia estar naturalmente abundante. Não há limites técnicos ou planetários que justifiquem a selvageria insana que vivemos, tampouco limites para a abundância que poderíamos usufruir numa boa todos juntos sem excessão, se assim fizéssemos.

...se não estivéssemos tão encarcerados pela visão de que dinheiro é o que precisamos para viver...

Sonho em meu tempo de vida participar do surgimento de uma economia baseada em recursos.

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