2007/11/13

Recapitulando 1

O caminho traçado originalmente foi interrompido.
Aí o diário calou-se. Passei meu tempo a meditar e conceber novos rumos, novas direções. Vi que após a negação, ou melhor, da declaração negativa (que tem o poder criativo de inaugurar/detonar um novo processo através da morte do corpo anterior) mergulhei na constatação nua, fria e caótica da dissolução das estruturas e a inevitável pergunta: para onde vou ?
Abandonado o sonho da política, o que resta ? A ética.
A ética do agora, da salvação, é o que interessa.
Precisamos nos livrar das garras do dragão, do lodo de algas e lianas que nos afoga, e ir noutra direção.

Precisa Mos - nós quem ? A quem se dirige esta carta ?
Quem a ela se dirige e se alimenta, e volta, é pra ti.
Pra quem passa com pressa, invisibilizo-me.

Invisibilidade é poder.
Para me ver, é preciso se deter.
Quem pode compreender ?

A razão destas linhas, desta trilha agora aberta
é tal qual a comunicação de um instante para um desconhecido no meio da viagem desprendida
e também como uma garrafa lançada ao mar com uma mensagem protegida pela despretenção
de tão diminuto objeto na imensidão do mar.
Estamos tão bem servidos de informação que posso silentemente me deslocar e traçar minha comunicação
diretamente ao coração de quem posso convocar neste gesto simples de proteger uma flor no furacão.

A palavra que escolhi para expressar a intenção essencial do primeiro passo é Organizar.
Organ, Orgão, Orquestrar, Arrumar, Designar, Dispor,
toda essa família de palavras eu quero explorar.
É o que ando ou venho tentado e tateando fazer,
bem pequenino: arrumando minha casa, minhas coisas,
retomando o fio da conversa.

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