O amor é melhor motor que o hábito.
O amor é consciente, mesmo que não seja pleno.
Amar é imbuir a ação de consciência.
O hábito é a inconscientização das ações, e quando pleno implica pura inércia, sem presença necessária da consciência. Habituar é adormecer, é entregar as funções às dimensões automáticas do ser / sistema. Tomar consciência das coisas é conseqüência ou causa do amor. O amor quando habita é tudo de bom, mas se habituar perde-se o motivo radical - estar por hábito não é como estar acordado.
Espiritualidade é constante revisão das tendências: o objetivo da busca é encontrar inércias e delas tomar consciência. Quando a consciência imbui as ações paulatinamente o hábito dá lugar ao amor. As inércias que não são mais interessantes ao ser sob esse novo ponto de vista são então enfraquecidas e podem até chegar a desaparecer, mas as que forem úteis se transformam em acervo - são feitas com a participação da consciência, que lhe indica o sentido, a direção, a forma. Sendo o amor o conteúdo da ação então sentido, direção e forma serão bons.
O amor é uma inteligência emergente que flui desde as profundezas abissais do cosmo dentro de mim, pelas tênues margens que me definem como indivíduo, transbordando pelo tecido social do qual pertenço, avançando por novas praias, até todo o cosmo para fora de mim.
2009/07/11
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